segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Uma ideia na cabeça, uma câmera na mão e...

Nasce um cineasta em ponto de bala! O sonho de seguir carreira no cinema, os projetos e as dificuldades de um jornalista mineiro das veredas do grande sertão

Raphael Gouvêa (2º Período) para a edição 56 do Jornal Lince (outubro de 2013).

Mineiro de fala mansa e gestos mais calmos ainda, foi em 2007 que, aos 18 anos, Marco Antônio Pereira deixou Cordisburgo e veio para Belo Horizonte, onde trabalha hoje como diretor de videoclipes e publicidade. Chegando a Belo Horizonte, foi logo a um dos cinemas mais tradicionais da cidade e assistiu um projeto que se exibia aos sábados, e que se chamava “Imagem Pensamento”.

— Lembro como se fosse hoje: a sala escura, as pessoas, o clima frio por causa do ar condicionado e o vídeo... Aquilo tudo confundia muito minha cabeça. Mas, dos pensamentos confusos que eu tinha, eu só conseguia destacar um: “Eu preciso fazer um filme! Eu nasci pra fazer isso!”.



“Nóis Tudo”

Marco Antônio não perdeu tempo. Logo após o seu primeiro fim de semana em Belo Horizonte, já iniciava as aulas no curso de Jornalismo na Newton. Afinal, era profissão que ele sonhava seguir desde criança, ainda cursando o ensino médio. No decorrer do curso, Marco Antônio teve uma visão ainda mais complexa do Jornalismo, que lhe serviria muito mais do que ele imaginava a princípio.

Em busca de realizar o sonho de ir para o cinema, correu cada vez mais atrás de seus objetivos. Encontrou em Léo Santos um mestre que o ensinou muito sobre o assunto e o ajudou com o empréstimo de equipamentos que ele precisaria para desenvolver seu projeto. Com essa ajuda, Marco procurou um curso específico dentro da área e se formou na Escola Livre de Cinema, no final de 2008. Depois de formado, dirigiu seu primeiro filme, que na verdade era uma espécie de documentário chamado “A arte é de nóis tudo”. Esse documentário chegou a ser exibido em Brasília e na Alemanha.



“Nós e o Horizonte”

Mesmo durante o curso de jornalismo, que levou de maneira muito peculiar, Marco Antônio sempre teve a cabeça voltada para o cinema. Não era, certamente, um aluno exemplar, mas era “diferenciado”, como bem definia uma de suas professoras, Juniele Rabêlo. José Maria Souza Neto, o Zé Neto, outro aluno de jornalismo que também incursionava pelo cinema, era um apoio constante.

Após concluir o curso de jornalismo, Marco Antônio dirigiu um longa metragem chamado “Sobre Nós e o Horizonte”, um filme em que fala sobre a importância das pequenas coisas. Sem financiamento, contando apenas com a ajuda dos amigos e com muita criatividade para reverter a falta de grana, ele conseguiu transformar “Sobre Nós e o Horizonte” em uma experiência única. Por isso, a exibição do filme se transformou em um momento mágico.

Um fato marcante nessa minha relação com cinema foi exibir o “Sobre Nós e o Horizonte” na sala Humberto Mauro, no Palácio das Artes. Foi uma sessão muito marcante. A sala estava lotada, as pessoas se emocionando...

“Eu fiquei refletindo que foi um milagre ter conseguido terminar o filme e lançar o longa, no mesmo cinema em, que há cinco anos, eu estava deslumbrado em ver a telona pela primeira vez”, conta Marco Antônio, sempre destacando que essa foi, de fato, “uma experiência fascinante”.

— Acho que ninguém ali na sala conseguiria entender o que se passava no meu interior.

Atualmente, aos 26 anos, Marco está terminando as gravações de uma websérie, que conta com a participação de vários atores consagrados no cenário belo-horizontino. Entre eles, Guilherme Colina, Fernando Veríssimo e Márcia Moreira.


E o jornalismo? Atualmente, ele trabalha como jornalista na comunicação interna em uma multinacional brasileira, e diz que até pretende continuar na área, mas que ninguém se engane: o jornalismo será apenas uma ferramenta a mais para desenvolver seus novos trabalhos no cinema.

Fotos: Arquivo Pessoal

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