segunda-feira, 5 de maio de 2014

“Quem fica dormindo no sofá de casa, dificilmente conseguirá alguma coisa no jornalismo”


 CRIA DA NEWTON

Entrevista: João Vitor Cirilo
Fernando Oliveira 

Boleiro nato, jovem, perseverante, prodígio e cheio de alegria. O Cria da Newton (novo quadro da CPJ que prestigia o trabalho de alunos e ex-alunos) é com ele, que tem apenas 19 anos, mas já apresenta sinais de um jornalista consagrado. Estamos falando de João Vitor Cirilo!
Formado nas bases do Centro Universitário Newton Paiva, JVC é proprietário do Boleiros da Arquibancada, blog voltado para esportes especializados, que este ano completa quatro anos de existência.
Jõao Vitor Cirilo entre os consagrados jornalistas, filho e pai, Felippe Drummond e Ivan Drummond

Conheça na entrevista a seguir, como é feito o trabalho no blog, e um traço da personalidade do aluno da Newton Paiva, que hoje é estagiário de Jornalismo na Rádio BandNews FM, depois de ter passado um ano na CPJ.

Lince — Conte-nos sobre a história do blog, como surgiu e quais as maiores dificuldades com que você se deparou no início do projeto.

Cirilo — O Boleiros da Arquibancada foi criado por mim e por meu amigo Matheus de Oliveira, que hoje trabalha no portal da Rádio Itatiaia, no dia 6 de junho de 2010, período pré-Copa da Alemanha. Na época, criamos o site para falar de Atlético e Cruzeiro e, claro, da seleção. A ideia seguiu nessa levada até o início do ano, quando decidimos ampliar o projeto. Nossa primeira novidade foi abrir um quadro de entrevistas, e o primeiro entrevistado foi o gigante Alberto Rodrigues. A partir dali, busquei colaboradores em outros estados. Aos poucos, foi chegando gente de São Paulo, Rio, Curitiba, Porto Alegre, Fortaleza, Aracaju... E não paramos mais. Começamos a fazer áudios e coberturas presenciais nos principais eventos do esporte especializado em Minas Gerais, coisa que muitos grandes portais não fazem. As dificuldades são as limitações de tempo mesmo, cada vez mais curtos com outros projetos que a gente tem, mas aos poucos vamos conseguindo tocar o site.


Lince — O Boleiros da Arquibancada possui vários alunos da Newton Paiva trabalhando como repórteres do blog. De que forma começou essa participação dos seus colegas de faculdade? Eles sempre apoiaram seu trabalho?

Cirilo — O pessoal sempre ajuda bastante. Por serem meus amigos e todos estudarmos na mesma área, também abro o espaço para eles. Hoje, pelo menos outros sete, oito colegas de faculdade escrevem pra nós.


Lince — Nota-se que o blog tem grande influência de esportes que são menos populares no Brasil, ou nem tão aclamados como o Futebol. Este seu interesse pelo Basquete e Vôlei, surgiu antes ou ao longo do curso de Jornalismo? Desde o princípio, a proposta do B.A. era dividir o foco entre esses esportes?

 Cirilo — Como eu respondi no início, não era o foco principal, mas eu pensei: “todo mundo já fala de futebol e quase ninguém dá o verdadeiro espaço merecido para o que chamamos de esporte especializado”. Foi aí que nós entramos. Acompanho os jogos do NBB, a liga de basquete, a Superliga de Vôlei e a Liga Futsal in loco desde 2010/2011. Há jogos que eu faço do ginásio que nem os grandes jornais e sites fazem. Hoje em dia, nosso foco principal é o especializado, mas também falamos sobre futebol.


Lince — Desde o início dos seus planos na carreira jornalística, você se imaginava cobrindo uma partida da Superliga de Vôlei? O que, de mais importante, você aprendeu como aluno e estagiário da Newton Paiva para ter alcançado esse tão sonhado objetivo?

Cirilo — Não imaginava, até porque meu amor pelo esporte e pela profissão veio com o Boleiros da Arquibancada. É claro que aprendi muita coisa por conta própria, na raça, mas a CPJ me deu uma boa base de aprendizado. Fiquei um ano como monitor e sempre tive o apoio do mestre Eustáquio e dos outros companheiros, a quem sou muito grato pela ajuda diária.

Lince — Qual entrevista você fez ao longo da carreira que ficou marcada em sua memória? Por quê?

Cirilo — Já conversei com muita gente do esporte e, fora do site, de outras áreas. Mas acho que a entrevista com o narrador Paulo Soares, o “Amigão”, foi a que mais me marcou. Gravamos por skype. Eu estava muito nervoso no dia, porque sempre fui fã do cara e eu ainda era muito novo, tinha, sei lá, 15, 16 anos. Mas até hoje eu escuto e fico muito feliz.

Lince — Os professores da Newton Paiva, além de transmitir o conhecimento, contribuíram de alguma forma para o sucesso do blog? Como?

Cirilo —  Não sei se temos esse “sucesso” todo (risos), mas a troca de ideias diariamente sempre ajuda. O Eustáquio foi o principal, porque é um cara que tem uma história no jornalismo muito grande e tem todo o carinho com seus estagiários. Ter esse cuidado na hora de orientar os alunos é muito importante.

 JVC entrevistando o nadador César Cielo

Lince — Um dos principais desafios de um jornalista é ter equilíbrio emocional. Sabendo conciliar emoção e razão, como você lida com a imparcialidade para fazer seu trabalho no blog?

Cirilo — Infelizmente, é difícil explicar para o torcedor que todo jornalista tem um time. Tem que ter responsabilidade. Nenhum time ou instituição é maior só porque eu gosto ou eu não gosto dele. Ainda mais com futebol. Discussão irracional é pra boteco e emoção é pra estádio.

Lince — Sabendo-se que você trabalha em um cenário bastante competitivo no mercado atual, quais dicas daria para novos alunos de Jornalismo que desejam criar um blog de esporte?

Cirilo — Escrever e ler todos os dias é fundamental. Ouvir e assistir não só os profissionais que você gosta, mas todos os outros que você conseguir. Ah, se você quer esporte, não leia só sobre esporte. Conheça as outras áreas também, porque a oportunidade raramente aparece na sua área. E conhecer pessoas, botar a cara, mostrar que você tem capacidade. Quem fica dormindo no sofá de casa dificilmente conseguirá alguma coisa no jornalismo.

Lince — Quem era João Vitor Cirilo antes da Newton Paiva e quem é João Vitor Cirilo depois da Newton Paiva? O que mudou?

Cirilo — Acho que continuo o mesmo cara, mas profissionalmente o crescimento é diário. Vivenciar um ambiente acadêmico é fundamental.

Agora, o clássico bate-volta:

Um sonho: Me tornar jornalista.

Um dia especial na profissão: 13 de abril de 2014, dia da cobertura da final da Superliga Masculina de vôlei.

Um ídolo: Só um? (risos). Ronaldo, Ronaldinho, Falcão, Rivaldo, Zidane (só um é sacanagem).

Sobre a Copa do Mundo: Brasil campeão.

Uma palavra que resuma o Jornalismo: Trabalho.

Entrevista de Cirilo com Marcelo Mendes, técnico da equipe de Vôlei Sada Cruzeiro

Link para acesso ao blog: www.boleirosdaarquibancada.com

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