Entrevista:
João Vitor Cirilo
Fernando Oliveira
Boleiro nato, jovem,
perseverante, prodígio e cheio de alegria. O Cria da Newton (novo quadro da CPJ
que prestigia o trabalho de alunos e ex-alunos) é com ele, que tem apenas 19
anos, mas já apresenta sinais de um jornalista consagrado. Estamos falando de João
Vitor Cirilo!
Formado nas bases do Centro
Universitário Newton Paiva, JVC é proprietário do Boleiros da Arquibancada,
blog voltado para esportes especializados, que este ano completa quatro anos de
existência.
Jõao Vitor Cirilo entre os consagrados jornalistas, filho e pai, Felippe Drummond e Ivan Drummond
Lince — Conte-nos sobre a
história do blog, como surgiu e quais as maiores dificuldades com que você se
deparou no início do projeto.
Cirilo
—
O Boleiros da Arquibancada foi criado por mim e por meu amigo Matheus de
Oliveira, que hoje trabalha no portal da Rádio Itatiaia, no dia 6 de junho de
2010, período pré-Copa da Alemanha. Na época, criamos o site para falar de
Atlético e Cruzeiro e, claro, da seleção. A ideia seguiu nessa levada até o
início do ano, quando decidimos ampliar o projeto. Nossa primeira novidade foi
abrir um quadro de entrevistas, e o primeiro entrevistado foi o gigante Alberto
Rodrigues. A partir dali, busquei colaboradores em outros estados. Aos poucos,
foi chegando gente de São Paulo, Rio, Curitiba, Porto Alegre, Fortaleza,
Aracaju... E não paramos mais. Começamos a fazer áudios e coberturas
presenciais nos principais eventos do esporte especializado em Minas Gerais,
coisa que muitos grandes portais não fazem. As dificuldades são as limitações
de tempo mesmo, cada vez mais curtos com outros projetos que a gente tem, mas
aos poucos vamos conseguindo tocar o site.
Lince — O Boleiros da
Arquibancada possui vários alunos da Newton Paiva trabalhando como repórteres
do blog. De que forma começou essa participação dos seus colegas de faculdade?
Eles sempre apoiaram seu trabalho?
Cirilo
—
O pessoal sempre ajuda bastante. Por serem meus amigos e todos estudarmos na
mesma área, também abro o espaço para eles. Hoje, pelo menos outros sete, oito
colegas de faculdade escrevem pra nós.
Lince — Nota-se que o blog
tem grande influência de esportes que são menos populares no Brasil, ou nem tão
aclamados como o Futebol. Este seu interesse pelo Basquete e Vôlei, surgiu
antes ou ao longo do curso de Jornalismo? Desde o princípio, a proposta do B.A.
era dividir o foco entre esses esportes?
Cirilo — Como eu respondi no
início, não era o foco principal, mas eu pensei: “todo mundo já fala de futebol
e quase ninguém dá o verdadeiro espaço merecido para o que chamamos de esporte
especializado”. Foi aí que nós entramos. Acompanho os jogos do NBB, a liga de
basquete, a Superliga de Vôlei e a Liga Futsal in loco desde 2010/2011. Há
jogos que eu faço do ginásio que nem os grandes jornais e sites fazem. Hoje em
dia, nosso foco principal é o especializado, mas também falamos sobre futebol.
Lince — Desde o início dos
seus planos na carreira jornalística, você se imaginava cobrindo uma partida da
Superliga de Vôlei? O que, de mais importante, você aprendeu como aluno e
estagiário da Newton Paiva para ter alcançado esse tão sonhado objetivo?
Cirilo
—
Não imaginava, até porque meu amor pelo esporte e pela profissão veio com o
Boleiros da Arquibancada. É claro que aprendi muita coisa por conta própria, na
raça, mas a CPJ me deu uma boa base de aprendizado. Fiquei um ano como monitor
e sempre tive o apoio do mestre Eustáquio e dos outros companheiros, a quem sou
muito grato pela ajuda diária.
Lince — Qual entrevista você
fez ao longo da carreira que ficou marcada em sua memória? Por quê?
Cirilo
—
Já conversei com muita gente do esporte e, fora do site, de outras áreas. Mas
acho que a entrevista com o narrador Paulo Soares, o “Amigão”, foi a que mais
me marcou. Gravamos por skype. Eu estava muito nervoso no dia, porque sempre
fui fã do cara e eu ainda era muito novo, tinha, sei lá, 15, 16 anos. Mas até
hoje eu escuto e fico muito feliz.
Lince — Os professores da
Newton Paiva, além de transmitir o conhecimento, contribuíram de alguma forma
para o sucesso do blog? Como?
Cirilo
— Não sei se temos esse “sucesso” todo (risos),
mas a troca de ideias diariamente sempre ajuda. O Eustáquio foi o principal,
porque é um cara que tem uma história no jornalismo muito grande e tem todo o
carinho com seus estagiários. Ter esse cuidado na hora de orientar os alunos é
muito importante.
Lince — Um dos principais
desafios de um jornalista é ter equilíbrio emocional. Sabendo conciliar emoção
e razão, como você lida com a imparcialidade para fazer seu trabalho no blog?
Cirilo
—
Infelizmente, é difícil explicar para o torcedor que todo jornalista tem um
time. Tem que ter responsabilidade. Nenhum time ou instituição é maior só
porque eu gosto ou eu não gosto dele. Ainda mais com futebol. Discussão
irracional é pra boteco e emoção é pra estádio.
Lince — Sabendo-se que você
trabalha em um cenário bastante competitivo no mercado atual, quais dicas daria
para novos alunos de Jornalismo que desejam criar um blog de esporte?
Cirilo
—
Escrever e ler todos os dias é fundamental. Ouvir e assistir não só os profissionais
que você gosta, mas todos os outros que você conseguir. Ah, se você quer
esporte, não leia só sobre esporte. Conheça as outras áreas também, porque a
oportunidade raramente aparece na sua área. E conhecer pessoas, botar a cara,
mostrar que você tem capacidade. Quem fica dormindo no sofá de casa
dificilmente conseguirá alguma coisa no jornalismo.
Lince — Quem era João Vitor Cirilo antes da Newton Paiva e quem é João Vitor Cirilo depois da Newton Paiva? O que mudou?
Lince — Quem era João Vitor Cirilo antes da Newton Paiva e quem é João Vitor Cirilo depois da Newton Paiva? O que mudou?
Cirilo
—
Acho que continuo o mesmo cara, mas profissionalmente o crescimento é diário.
Vivenciar um ambiente acadêmico é fundamental.
Agora,
o clássico bate-volta:
Um
sonho: Me tornar jornalista.
Um
dia especial na profissão: 13 de abril de 2014, dia da cobertura
da final da Superliga Masculina de vôlei.
Um
ídolo: Só um? (risos). Ronaldo, Ronaldinho, Falcão, Rivaldo,
Zidane (só um é sacanagem).
Sobre
a Copa do Mundo: Brasil campeão.
Uma
palavra que resuma o Jornalismo: Trabalho.
Entrevista de Cirilo com Marcelo Mendes, técnico da equipe de Vôlei Sada Cruzeiro
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