Na
mídia, obedecendo à lógica do livre comércio, produtos de consumo são oferecidos
à população diariamente
Utensílios domésticos que não funcionam,
aparelhos de ginástica que prejudicam a saúde, instrumentos de beleza que
danificam, e uma infinidade de processos judiciários. No país do carnaval e do
futebol, a diversidade da falsa propaganda está, oficialmente, impregnada no
comércio. Para conquistar o consumidor, muitas empresas utilizam imagens
fantasiosas para a venda de seus produtos. O brasileiro, além de arcar com as
consequências de ser enganado, ainda precisa lidar com preços abusivos para o
consumo.
Uma das maiores funções da publicidade, no
ramo comercial, é chamar a atenção de clientes para o consumo de seus bens. De
acordo com o Código de Defesa do Consumidor, o descumprimento da oferta pelo
fornecedor dá ao cidadão o direito de exigir, entre várias alternativas, a que
melhor lhe convier (art. 35, Código de Defesa do Consumidor). Entre as táticas
utilizadas, é preciso ficar atento à propaganda enganosa e abusiva, que induz o
consumidor de forma prejudicial a sua saúde e segurança. Na maioria dos casos,
a falta de informação é o fator crucial para a compra de mercadorias “falsas”.
A Proteste – Associação de Consumidores,
adverte o direito do consumidor ao acesso a informações adequadas, claras e
precisas sobre o item que será comprado. A mensagem passada pelo anúncio
precisa ser fiel às características do que foi ofertado. De acordo com o
advogado Vinicius Schittini, o consumidor deve correr sempre atrás de seus
direitos. “Se o produto não atendeu as expectativas do cliente, a empresa
responsável deve se prontificar. Seja para troca, ou ressarcimento do dinheiro.
É um direito do cidadão”, declarou. Schittini
recomenda que, inicialmente, deve-se procurar com rapidez os órgãos de defesa
do consumidor.
A
base é a informação
Na internet, são vários os sites de apoio
aos consumidores insatisfeitos e que se sintam lesados com os produtos
adquiridos. Dentre as reclamações, além de resultados inferiores às expectativas,
é constante queixas sobre a exploração das empresas privadas com altíssimos
preços, e baixa qualidade de atendimento após a compra. Companhias já
conhecidas por suas propagandas apelativas e exageradas são o alvo principal de
críticas. “O nome da marca se vende por si só. Quem não procura conhecer sobre
a verdadeira face do produto, acaba saindo prejudicado”, disse a empresária
Fernanda Dias, que não se deixa mais enganar.
A diferença entre os preços impressiona o
consumidor mal informado. Onde grandes empresas cobram valores altíssimos,
lojas de eletrodomésticos e eletroeletrônicos vendem, na maioria das vezes,
pela metade do preço. Fritadeiras
elétricas vendidas por R$ 1.999,98 podem ser encontradas em lojas populares por
R$ 599; ares-condicionados portáteis variam de R$ 3.599 à R$ 2.699, e são
encontradas em outras a R$1.999. Febre
entre as mulheres, a famosa escova rotativa, que seca, modela e alisa os
cabelos, são vendidas à R$ 359, enquanto achadas por R$199 e R$129.
Mesmo com pontos negativos, há consumidores
assíduos que não abrem mão destes produtos por nada. Na família Xavier, Aurelice
e Cinthia – mãe e filha – sempre procuram estar por dentro das novidades.
Cinthia admite já ter tido problemas com uma da empresa famosa no meio
publicitário. A companhia, que não forneceu a excelência prometida, também dificultou
na hora da troca. “Comprei dois produtos, para nunca mais. Primeiro, um
triturador de presente para minha mãe. O eletrodoméstico era de artigo muito
inferior às fotos e vídeos. Tive grandes problemas na hora da troca. Além da
demora, o atendimento foi péssimo”, disse a estudante.
Já Aurelice, que se diz apaixonada por uma
empresa concorrente, não fica por muito tempo sem comprar algo inovador. Apesar
de também já ter se decepcionado com alguns produtos que comprou, Aurelice
sempre se surpreende com a eficiência e o ótimo atendimento da empresa. “Eles
cumprem os prazos prometidos, são confiáveis. Se eu reclamo sobre algum
produto, imediatamente trocam por um novo. E o melhor: tem frete grátis”.
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